blog do luiz fernando roxo.

o que é renda variável?

Você já me ouviu dizer muitas vezes que investidor Antifrágil é aquele que tem o seu dinheiro aplicado tanto na Renda Fixa quanto na Renda Variável.

Primeiramente, vale ressaltar que esses dias dias escrevi um artigo com informações gerais e minha opinião sobre investimentos em Renda Fixa, agora vou falar um pouco sobre Renda Variável.

O que é Renda Fixa?

Então, você que tem vontade de saber mais sobre bolsa presta atenção.

Nesse artigo eu vou falar sobre Renda Variável e apresentar alguns produtos dessa modalidade.

No final, eu te conto minha opinião sobre esses investimentos.

O que é Renda Variável? 

Quando se fala em Renda Variável, o investimento em Ações é o mais conhecida dessa modalidade.

Vamos começar então pelas as Ações, pois são um ótimo exemplo para começar a entender como é a Renda Variável. Mas, já adianto que esse universo tem mais possibilidades do que apenas as Ações.

Bem, todos sabem que os preços das Ações sofrem constantes variações, refletindo os interesses dos agentes e dos vetores do mercado. Ou seja, o preço das Ações são variáveis e não dá para prever para onde ele vai.

Vantagens de investir em Renda Variável. 

Embora haja incertezas nessa modalidade, e que então o valor da remuneração não seja conhecido no momento da aplicação e exista maior risco e maior volatilidade, a Renda Variável pode trazer retornos bem superiores aos da Renda Fixa.

O fato é que o nome Renda Variável pode, por vezes, te enganar…muitos por aí acham que, em Renda Variável, só existem as Ações. Vai muito além disso.

Além de Ações, também são de investimentos dessa categoria: Papéis e Títulos Pós-fixados, Derivativos, Fundos de Ações, Câmbio e Ouro, entre outros.

Deixa eu te dar um exemplo. Um CDB pós-fixado, com rendimento atrelado ao IPCA, entra nessa categoria.

Você só saberá o valor exato de quanto vai receber no último dia da aplicação quando você poderá apurar o valor exato do índice no período. 

Enquanto isso, o IPCA foi variando e o rendimento esteve variando junto com ele.

Apesar de possuir maior risco e maior volatilidade, esses investimentos podem permitir retornos maiores do que os da Renda Fixa. 

O ponto é que você precisa conhecer e ficar atento aos riscos de se investir nesses produtos. 

Para te dar segurança, é sensato ter uma reserva de emergência e uma parte do patrimônio em Renda Fixa, para cobrir as necessidades e eventualidades no curto e médio prazo. 

O fato é, investimentos em Renda Variável devem ser feitos tendo em vista o longo prazo, de maneira que não afetem a sua saúde financeira,  física e mental.

Quais os tipos de investimentos em Renda Variável?

Ações. 

Ações são os ativos mais populares das Bolsas de Valores. São papéis que as empresas vendem na Bolsa, ou seja, é a menor fração do capital social de uma organização. 

Ações são “partes” de empresas de capital aberto. Ao comprarmos “partes”, em tese, nos tornamos “sócios” daquela empresa escolhida como investimento.

Com a venda das ações, o esperado é que as empresas invistam para o seu crescimento. Com o seu crescimento, espera-se que as ações se valorizem, trazendo assim ganhos para o investidor.

Além de ganhar quando o preço das Ações sobe, há também o pagamento de dividendos e outros proventos.

Conheça mais sobre Dividendos.

Contratos futuros. 

Essa é uma modalidade em que o investidor tem o compromisso de comprar ou vender o ativo que escolheu, em uma data específica no futuro, por um preço pré-determinado.

Opções. 

Opções são contratos de direitos e obrigações entre duas partes, negociados na Bolsa de Valores.

As Opções são derivativos e as negociações desses contratos dependem de outros ativos, ou seja, de Ações.

As negociações dos contratos, sejam de compra ou de venda, acontecem por um determinado período, e são atreladas a um lote de Ações, por um preço fixado.

A princípio, a função desses contratos é gerenciar os riscos dos ativos, por um certo preço estabelecido no contrato, chamado de Prêmio.

Conheça mais sobre Opções no meu artigo: O que são Opções?

ETFS.

ETF é a sigla para Exchange Traded Fund. Assim, ETF de Ações é um fundo de investimento negociado na Bolsa de Valores que detém ativos. 

Essa é uma maneira de realizar investimentos de forma direta em Ações, mas por meio de fundos.

Esses fundos buscam, frequentemente, uma performance que corresponde ao índice de referência. A meta de rendimento é atingir ou superar os indicadores utilizados. Por exemplo, temos o BOVA11, que usa o índice Bovespa. 

Em ETF´s, a gestão normalmente é passiva e o interessante deles é que o preço para adquirir cotas é bem acessível, além do mínimo de cotas a ser adquirido são 10. Vale ressaltar que você deve procurar fundos com liquidez.

Conheça mais sobre fundos de investimento no meu artigo: o que são fundos passivos e fundos ativos?

Commodities. 

Commodities são produtos que funcionam como matéria-prima e que não necessitam de um alto nível da industrialização. Mas podem ser produzidos em escala e podem ser estocados, como petróleo, café, soja, ouro, etc. 

Commodity vem do inglês e originalmente tem significado de mercadoria.

São negociados no mundo todo em 4 áreas: Agrícola, Mineral, Financeira e de Recursos Energéticos.

Essa modalidade de negociação está em mercado futuro pode ser realizada na Bolsa de Valores. 

Papéis e Títulos pós-fixados.

Em princípio, todos os papéis e títulos financeiros que não dizem exatamente quanto irá render de juros, num determinado período, têm renda que pode variar um pouco ao longo do tempo de aplicação. 

Há CDBs, Letras Financeiras, Debêntures e títulos do Tesouro Direto que expressam, na hora do investimento, que terão rendimento atrelado à SELIC, CDI ou índices de inflação, como o IPCA e o IGP.

Eles têm o seu grau de incerteza, embora pequeno. A vantagem é que o rendimento irá flutuar junto com os índices e pode protegê-lo de perdas perante à inflação, por exemplo.

Renda Fixa versus Renda Variável. 

Eu quero reforçar que tanto a Renda Fixa quanto a Renda Variável, devem fazer parte da sua carteira de investimento. 

Não tem como você alocar os seus investimentos em um único lugar, ou seja, é preciso diversificar. 

O que você vai fazer é balancear a sua carteira nessas modalidades, em que você vai definir uma porcentagem em cada lugar. 

Então, você tem que alinhar a suas expectativa aos seus objetivos. 

Para você entender melhor veja a diferença entre Renda Fixa e Renda Variável: 

Renda Fixa Renda Variável 
Baixo risco Alto Risco 
Potencial de retorno menorPotencial de retorno maior 
Previsão de retorno (limitado) Sem previsão de retorno (ilimitado) 
Precisa estudar Precisa estudar 
Poucas opções de investimento Muitas opções de investimento 
Garantia do dinheiro pelo FGC (na maioria dos casos)Sem garantias
Investimento baseado  pelo CDIRetorno medido pelo Ibovespa
Investimento simples com poucas variáveisInvestimento complexo com muitas
variáveis (BM&FBovespa)

Um investidor Antifrágil ele vai investir nas duas modalidades de investimento, para que tenha segurança e não perca dinheiro. 

Como que você começa a investir? 

Para começar a investir em Renda Variável, você precisa ter uma conta em uma Corretora de Valores. 

Você tem que escolher uma que mais te agrada e atende às suas necessidades.  Como escolher uma corretora? 

Depois de escolher uma corretora, você vai transferir a quantidade que você quer investir. E em seguida você vai aplicar onde desejar. 

Mas, é preciso que você escolha as modalidades de aplicação. No texto eu te apresentei algumas delas. 

E além disso, praticamente, todas as corretoras oferecem as modalidades de investimento, simples assim. 

Então, você precisa saber escolher boas empresas, estudar, ver quais oferecem dividendos, a rentabilidade. 

À primeira vista, seleciona a primeira modalidade que você quer investir, aquela que você acha mais fácil.

E comece com pouco dinheiro, até que você tenha entendido muito bem o assunto. 

Como que declarar o IR (Imposto de Renda em Renda Variável)? 

Essa é a maior dúvida que os investidores têm. Eu sempre recebo no meu Instagram essa dúvida: “Roxo, como eu declaro o Imposto de Renda da modalidade de Renda Variável?”

Então, basicamente, você precisa se informar na sua corretora para descobrir exatamente o valor, por que pode mudar. 

Mas, se houver lucro de até R$ 20 mil, você está isento, se passar desse valor você terá que pagar mais ou menos 15% sobre o lucro. 

Você precisa verificar com a sua correta, porque o valor também muda de investimento para investimento. 

Qual o RISCO tem a Renda Variável?

Você sempre terá a impressão que a Renda Fixa tem menos risco do que a Renda variável, mas ambas têm risco. 

Existem alguns tipos de risco que você precisa conhecer: o Risco Legal, o Risco de Liquidez, o Risco de Mercado, o Risco de Crédito e o Risco Operacional. 

O risco legal está relacionado a possíveis perdas quando um contrato não pode ser legalmente amparado. 

Pode-se incluir aqui riscos de perdas por documentação insuficiente, insolvência, ilegalidade, falta de representatividade e/ou autoridade por parte de um negociador.

Risco de liquidez.

O risco de liquidez está relacionado à falta de recursos disponíveis ou dificuldade de venda de ativos por conta do baixo volume negociado.

Quanto à Liquidez, este é um conceito econômico que considera a facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia. Ou seja, é a facilidade com que ele pode ser convertido em dinheiro. 

A liquidez do investimento é medida pela velocidade de conversão de um investimento para dinheiro disponível na sua conta.

Risco de Mercado.

Risco de Mercado depende do comportamento do preço do ativo diante das condições de mercado.

Para entender e medir possíveis perdas devido às flutuações do mercado é importante identificar e quantificar as volatilidades e correlações dos fatores que impactam a dinâmica do preço do ativo.

Além disso, o risco de mercado pode ser dividido em quatro grandes áreas: risco do mercado acionário, risco do mercado de câmbio, risco do mercado de juros e risco do mercado de commodities.  É possível que alguns instrumentos tenham seus riscos considerados separadamente dentro das quatro áreas acima.  

Por exemplo, quando consideramos um contrato futuro no IBOVESPA negociado na BM&F temos dois tipos de risco:

a) Risco do mercado acionário, que pode ser aproximado por um fator de mercado como o IBOVESPA.

b) Risco do mercado de juros, que pode ser aproximado por um grupo de fatores de mercado relacionados à estrutura a termo dos juros brasileiros.

Risco de Crédito.

Risco de crédito está relacionado a possíveis perdas quando um dos contratantes não honra seus compromissos. Logo, as perdas aqui estão correlacionadas aos recursos que não mais serão recebidos.

Risco de crédito pode ser dividido em três grupos:

a) Risco do país, como no caso das moratórias de países latino-americanos.

b) Risco político, quando existem restrições ao fluxo livre de capitais entre países, estados, municípios. Este pode ser originário de golpes militares, novas políticas econômicas, resultados de novas eleições, etc.

c) Risco da falta de pagamento, quando uma das partes em um contrato não pode mais honrar seus compromissos assumidos.

Risco Operacional. 

Risco operacional está relacionado a possíveis perdas como resultado de sistemas e/ou controles inadequados, falhas de gerenciamento e erros humanos.

Risco operacional pode ser dividido em três grandes áreas: 

a) Risco organizacional está relacionado com uma organização ineficiente, administração inconsistente e sem objetivos de longo prazo bem definidos, fluxos de informações internos e externos deficientes, responsabilidades mal definidas, fraudes, acesso a informações internas por parte de concorrentes, etc.

b) Risco de operações está relacionado com problemas como overloads de sistemas (telefonia, elétrico, computacional, etc.).

Processamento e armazenamento de dados passíveis de fraudes e erros, confirmações incorretas ou sem verificação criteriosa, etc.

c) Risco de pessoal está relacionado com problemas como empregados não-qualificados e/ou pouco motivados, personalidade fraca, falsa ambição, “carreiristas”, etc.

No mercado financeiro, muitas vezes a coisa não é aquilo que parece ou o nome que ela tem.

Por exemplo, um título pós-fixado indexado à inflação, se for de longo prazo, ele também tem o risco de grande variação. E ainda há que se considerar que não estão livres do risco de crédito.

Mas mesmo assim, os ativos de renda variável, por mais que possam variar muito, se forem de empresas muito boas e bem geridas, comprados a um bom preço, com certeza serão muito mais seguros do que títulos de Renda Fixa ruins, de emissões ruins, comprados numa taxa de juros muito baixa. Esses títulos são muito mais perigosos do que um título de Renda Variável seguro.

A conclusão é que temos que tomar cuidado e ponderar bem na hora de escolher os produtos que tem risco de variação e aqueles que têm risco de variação e de calote.

Um abraço e até a próxima. 


Luiz Fernando Roxo

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