O juros simples e composto podem trabalhar contra ou a seu favor. É comum vermos taxas de juros atrelados aos valores finais de pagamento, quando o assunto é investimentos ou empréstimos, por exemplo.
O conceito de “juros”, apesar de presente de forma ampla no nosso dia a dia, ainda pode confundir as pessoas, especialmente aqueles que não se dão bem com a matemática.
Além disso, ainda existe a diferença entre os tipos de juros, sendo eles simples ou compostos, e onde esses tipos diferentes de juros são utilizados especificamente.
Se você tem dúvidas sobre essas taxas, onde se aplicam e como são calculadas, basta continuar a leitura para entender como utilizar essas taxas a seu favor.
Juros simples e juros compostos: o que são?
O conceito de “juros” é muito utilizado no universo de transações financeiras, e significa basicamente o retorno ou rendimento de uma aplicação monetária realizada.
O “juro” é o valor adicional pago quando um pagamento é atrasado, ou como uma taxa adicional ao se tomar um empréstimo, para exemplificar.
Em suma, os juros são bons para quem empresta dinheiro, e péssimos para quem precisa pegar dinheiro emprestado. Quando se deve dinheiro, esse valor tende apenas a crescer, fazendo com que a dívida fique maior.
Exatamente por isso é importante controlar suas dívidas, pois cada real de juros que você paga poderia ser investido em seu patrimônio.
Porém, os juros podem trabalhar contra ou a seu favor, depende do seu conhecimento. Então fique atento aos nossos conteúdos sobre finanças pessoais e investimentos porque te ajudará a fazer boas escolhas.
Diferença entre juros simples e composto
Os juros simples são taxas acordadas de antemão que incidem sobre o valor inicial negociado.
Se, por exemplo, você realizar um empréstimo de R$100,00 com taxa de 1% de juros simples ao mês, essa taxa não se altera ao longo do tempo.
E portanto o valor final sempre será constante, ou seja, 1 real adicional ao mês.
Este tipo de juros é presente mais em pagamento de impostos e alguns financiamentos, mas no geral, essa modalidade não é mais utilizada no mercado financeiro, apesar de ainda ser importante entender como ele funciona.
- Leia também: Como declarar opções no imposto de renda?
Na questão dos juros compostos, ele funciona como juros sobre juros, sendo aplicadas sobre o valor total negociado, adicionado ao valor a cada mês.
Exemplificando, aquele mesmo empréstimo de R$100 reais, agora com uma taxa de juros compostos de 10% ao mês:
- No primeiro mês, estaríamos com o valor de R$110,0;
- No seguro mês, aplicamos 10% sobre os R$110,00, chegando a R$121,00;
- No terceiro mês, seguindo essa lógica, ficaremos com R$133,10.
E assim de forma sucessiva, até a liquidação desta operação financeira.
Várias aplicações financeiras, investimentos e financiamentos trabalham com o juro composto, uma vez que ele é bem mais lucrativo do que sua contrapartida o, simples.
Para resumir:
Juros simples
- Os pagamentos ocorrem em períodos de tempo fixos, como mensalmente ou anualmente;
- Mantêm-se fixos ao longo do tempo, sem sofrer alterações, ao menos que por motivos de força maior, como inflação;
- Seus valores ao longo do tempo formariam uma linha reta ascendente em um gráfico.
Juros compostos
- São pagos ao investidor apenas no vencimento do contrato, e não em tempos fixos;
- Enquanto a taxa se mantiver acima da inflação, ele estará gerando mais lucros;
- Seus valores ao longo do tempo formariam uma curva ascendente em um gráfico.
Como calcular juros simples e juros compostos?
Tudo isso é bem interessante, mas o que realmente interessa com relação à juros é a forma de calcular eles, de forma a prever exatamente quanto certo investimento renderá ao longo do tempo, especialmente para longos períodos de tempo ou contratos com a data de resgate pré-determinada.
Você pode usar uma calculadora de juros simples ou compostos na hora de fazer seu planejamento.
Mas, trouxe a fórmula abaixo para quem quiser entender exatamente o que está fazendo e a importância desse cálculo.
Continue lendo para saber qual tipo de juros é mais vantajoso.
São as fórmulas:
A fórmula dos Juros simples é a seguinte:
Juros = Valor inicial × taxa de juros × tempo de investimento
Seguindo essa fórmula, é possível saber o valor final devido apenas somando os juros calculados dessa forma ao valor inicial sobre o qual os juros incidem.
Já, para calcular os juros compostos, a fórmula é:
Valor final = Valor inicial × (1 + Taxa de juros)tempo da aplicação
É importante manter em mente as unidades ao se calcular essa taxa, uma vez que elas podem variar.
Se, por exemplo, uma taxa mensal for cobrada ao longo de anos, lembre-se de multiplicar o número de anos por 12 para ter os meses corretos.
Existem diversos tempos diferentes de cobrança, como mensal, anual e até mesmo diário, portanto não esqueça de transformar a unidade no cálculo, para que todos os períodos de tempo estejam alinhados
Regra de juros simples e composto
Para colocar esses cálculos em termos mais matemáticos, as regras de cálculo de juros, segundo a matemática financeira, são as seguintes:
Para os juros simples:
J = C × i × t
Onde:
- J = juros simples;
- C = capital inicial;
- i = taxa de juros;
- t = tempo da aplicação.
Para chegar ao valor final, ou Montante (M), é necessário apenas somar os juros ao capital inicial, ou seja:
M = C + J
Substituindo o valor de J na fórmula acima, nós podemos encontrar essa fórmula para calcular o montante:
M = C + C × i × t
M = C (1 + i × t)
Esta fórmula encontrada é uma função afim, ou seja, nós podemos ver que o valor do montante crescerá de forma linear ao longo do tempo.
Para exemplificar o cálculo de juros simples:
Pegue uma aplicação de R$ 1000,00 por dois meses, com uma taxa de juros simples de 2% ao mês. Utilizando a fórmula vista acima, temos:
- F = 1000 (1 + 2 × 0,02)
- F = 1000 (1 + 0,04)
- F = 1000 × 1,04
- F = 1040
Ou seja, com uma taxa de juros simples, ao final de um período de dois meses aqueles R$1000,00 reais aplicados teriam um rendimento de R$40,00 totalizando R$1040,00 reais no fim do período.
Para juros compostos:
M = C × (1 + i)n
M = C + J
J = M – C
Onde:
- M = montante;
- C = capital aplicado ou valor inicial;
- i = taxa de juro composto;
- n = tempo de aplicação;
- J = juro composto.
Diferente dos juros simples, essa é uma função com uma variação exponencial inclusa no cálculo, o que implica em um crescimento exponencial ao longo do tempo, e por isso, espera-se que o valor final do montante seja consideravelmente maior em longos períodos de tempo.
E agora exemplificando um cálculo de juros compostos:
Utilizando o mesmo valor do exemplo anterior, de forma a ilustrar a diferença entre os juros:
Imagina uma aplicação de R$1000,00 reais, com duração de dois meses usando uma taxa de juros compostos de 2%.
Utilizando a fórmula, temos:
- F = 1000 (1 + 0,02)2
- F = 1000 (1,02)2
- F = 1000 × 1,0404
- F = 1040,40
Ou seja, no final do mesmo período, utilizando a mesma taxa de juros, o dinheiro aplicado renderia no final o montante de R$1040,40, ou seja, 40 centavos a mais do que os juros simples.
Pode não parecer muita coisa, mas esse é um exemplo de curto prazo.
À medida que o tempo for passando, esses juros se acumulam exponencialmente e a diferença entre o simples e o composto se tornam muito mais evidentes.
Por mais complicado que o juro composto pareça, seguindo essa fórmula simples você não terá problema algum em calcular os juros de qualquer aplicação financeira.
Juros simples e composto: qual é mais vantajoso?
Agora que temos o conhecimento matemático dos conceitos de juros simples e compostos, podemos nos aprofundar em como esses cálculos afetam os empréstimos e investimentos realizados na bolsa de valores.
A boa notícia é que quase todas as aplicações financeiras utilizam os juros compostos para os pagamentos aos investidores.
Isto inclui a poupança, Comprovantes de Depósitos Bancários (CDBs) , Letras de Crédito Imobiliários (LCIs) , Tesouro direto, Fundos de Investimento, entre muitos outros.
Porém, lembre-se que apesar de todas essas modalidades de investimento diferentes utilizarem os juros compostos, nem todas terão a mesma rentabilidade ao longo do tempo.
Por exemplo, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e a poupança, apesar de utilizarem juros compostos ambos, têm rentabilidades bem diferentes. Cabe ao investidor definir qual a melhor aplicação para o melhor momento.
Já quando o assunto é empréstimo, nós vemos que, em sua grande maioria, as instituições bancárias utilizam os juros compostos.
Infelizmente isso pode gerar uma bola de neve caso o devedor não pague sua dívida a tempo, e eventualmente o valor vai crescendo até assumir proporções perigosas.
Muitas pessoas acabam amargando grandes dívidas por conta dos juros, então sugerimos tomar muito cuidado antes que seus juros tornem-se insuportáveis.
De qualquer forma, como dito antes, os juros podem ser seus heróis ou vilões, dependendo de que lado do pagamento você está. Aprenda a investir e usar os juros compostos a seu favor.
Aprenda mais sobre o mercado financeiro
Você já deve ter percebido que o mercado financeiro pode agregar muito à sua jornada financeira, seja você um investidor iniciante ou experiente.
O que você não sabe é que, quanto mais conhecimento você tem sobre um determinado assunto, mais você vai conseguir fazer dinheiro.
Isso porque à medida que você aprende novas estratégias, estará apto a colocar em prática estratégias mais arrojadas, aumentando ainda mais as suas chances de ter uma rentabilidade maior.
Então, a base para um bom investimento é sempre um conhecimento bem estruturado.
Agora, você deve estar se perguntando, ok, mas por onde eu devo começar?
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Conclusão: Usando o juros simples e composto a seu favor
Conhecimento nunca é demais, e assim como os juros, ele se acumula com o tempo e pode nos dar dividendos no futuro, nos levando a tomar melhores decisões no nosso cotidiano.
Como discutido aqui, vimos que a grande maioria dos empréstimos e investimentos no mercado financeiro funciona com base nos juros compostos, uma vez que é a modalidade de juros mais lucrativa.
Para ganhar dinheiro, é importante não fazer dívidas para evitar que os juros fiquem contra você, e realizar investimentos adequados para que os juros fiquem à seu favor.
Calcular o valor desses juros também é importante para conseguir se planejar até o nível dos centavos e assim evitar surpresas no futuro, sabendo exatamente quanto uma aplicação terá rendido em seu vencimento.
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