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dívidas: 10 dicas para fugir do endividamento

Quem tem uma dívida tem uma prisão. Você já passou por isso? E, como se sentiu nessa situação?

Uma pessoa que tem uma dívida é pressionada por cobradores e dificilmente consegue ter uma clareza mental adequada para tomar boas decisões. 

A dívida é o objeto mais fragilizante na vida financeira de qualquer pessoa e ter que passar por uma situação como essa acaba trazendo consequências não só para as suas finanças, mas, certamente atingirá outras áreas da sua vida, como suas emoções e sua saúde. 

Ficar endividado dá uma sensação de vazio ou de bolo no estômago.

Saiba que cerca de 60% dos brasileiros têm algum tipo de dívida, 24% têm contas atrasadas e 10% não terão condições de pagar as dívidas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),

Sendo mais preciso, em maio de 2019 o percentual de famílias brasileiras com dívidas alcançou cerca de 62,7%, segundo o CNC. fonte: G1

É muita gente!

Por esta razão decidi fazer este conteúdo. A ideia é te ajudar a entender o que é uma dívida e, principalmente, te dar 10 dicas para você eliminar as suas dívidas. 

Como começar a detonar as suas dívidas?

O devedor só tem 2 coisas para fazer:

  • Reduzir despesas
  • Aumentar receitas

Como te apresentei em outro conteúdo uma vida financeira saudável somente é possível quando a conta entre receitas e despesas dá positivo, ou seja, quando ganho mais do que gasto.

As pessoas bem sucedidas financeiramente sabem exatamente quanto gastam (despesas) e quanto ganham (receitas). Em outras palavras, elas fazem um planejamento financeira e tem um orçamento doméstico.

Logo, para você começar a reverter o jogo e nunca mais voltar para o mundo das dívidas é necessário que você crie o hábito de fazer um planejamento financeiro e ter um orçamento doméstico.

Se quiser saber um pouco mais sobre isso eu tenho um artigo sob medida para você: Planejamento financeiro: saiba como definir as suas metas.

Mas, se você tem uma dívida como se livrar dela? 

Bom, agora que você conseguiu admitir que tem uma dívida e que precisa mudar esse jogo, agora é uma questão de definir uma estratégia e começar agir. E para não seguir sem um roteiro, decidi preparar 10 dicas simples para te ajudar.

Vamos lá?

1- Simplesmente Respire. Não se desespere. Nada é para sempre.

Você não é primeiro a passar por este problema; não é o único; e tomando algumas medidas você com o tempo conseguirá sair desta;

O Medo de conhecer a sua realidade e ter que enfrentá-la as vezes faz com que o problema fique maior do que ele é. O desespero nos impede de pensar com clareza.

Então, o passo seguinte é levantar os números para conhecer a realidade e preparar uma estratégia para agir.

2- Faça um levantamento das dívidas e Identifique as causas.

Identifique o motivo que o levou a assumir uma dívida (perda do emprego, despesa emergencial, redução de renda, doença, descontrole nos gastos, ou até mesmo sua postura diante da vida).

Em outras palavras, você precisa fazer o orçamento financeiro, para que você entenda o que está acontecendo e começar a melhorar a sua situação.

Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar (William Thomson – ‘Lord Kelvin’)

3- Reorganize as finanças e faça “sobrar dinheiro”.

Se você não der o primeiro passo analisando os seus números e como você deve mudar para diminuir despesas e fazer sobrar dinheiro dificilmente conseguirá sair deste ciclo vicioso. 

Por mais difícil que seja, você precisa ganhar mais e gastar menos, pois só assim sobrará dinheiro para quitar as dívidas.

E, lembre-se, para aumentar a receita não vale pegar um atalho, como um empréstimo ou um financiamento, por exemplo, porque será o mesmo que tentar apagar uma fogueira com gasolina. O problema só vai aumentar.

4- Para pagar suas dívidas, comece pelas despesas imprescindíveis para a sua sobrevivência, priorizando a sua família (educação, moradia, alimentação, etc).

Os grandes credores são mais agressivos na cobrança, mas colocar a relação familiar em risco não vale a pena. 

Além da dívida, você ficará em uma situação maior de constrangimento com as pessoas mais próximas de você e que realmente se importante contigo. 

Lembre-se você quer pagar as dívidas e não pode se desesperar.  Faça um plano e nele coloque as despesas imprescindíveis na frente e depois elimine as despesas desnecessárias e com o valor que conseguir 

5 – Esconda os seus cartões de Crédito.

Muitas pessoas não conseguem fazer um orçamento financeiro por achar difícil e complicado.

Mas, por outro lado vivem em função de cartões de crédito, com várias compras parceladas, juros, datas de vencimentos diferentes, etc.

Falando francamente, você não conseguirá acabar com as suas dívidas mantendo o hábito de usar cartões de crédito e, principalmente se você for daqueles que só pagam o valor mínimo do cartão deixando o rombo aumentar.

Afinal, observe que o valor mensal do cartão que você usou e não pagou será encarado pelo banco como um empréstimo e sobre este empréstimo serão cobrados um dos juros mais altos praticados no brasil.

Só para você ter uma noção do quanto são altos os juros, vale a leitura deste artigo do Globo.com (Juro do cartão de crédito se aproxima de 300% ao ano em maio, informa BC).

Para você entender o quanto isso é perigoso, imagina que você terminou o ano de 2018 devendo R$ 1.000,00 de cartão, no final de 2019 você já estará devendo cerca de R$ 4.000,00 e no final de 2020 já serão mais de R$ 12.000,00. Isso se você não estiver gastando mais nada no cartão, o que, normalmente não acontece. O estrago já está feito.

Então, se você quiser manter o uso de cartão de crédito, pelo menos siga estas dicas:

  • Não tenha mais do que 1 cartão;
  • Coloque o pagamento no débito automático. Fazendo isso você não cairá na tentação de fazer o pagamento mínimo, deixando a dívida aumentar;
  • Evite a todo o custo fazer compras parceladas.

Agindo assim você passará a evitar uma boa parte dos seus problemas.

6- Renegocie com o seu credor, mas não se coloque em posição de inferioridade ou se humilhe.

Um passo importante é negociar a dívida com seus credores. Sinalizar para eles que você quer resolver a questão, mas sempre de forma segura e determinada. Isto ajuda na hora de negociar.

O credor está acostumado com negociações e é comum ele usar estratégias de intimidação. Assim, se você demonstrar muito receio ele vai usar isso contra você.

Exponha para ele de forma objetiva e direta como está a sua condição atual e o quanto você consegue dispor para pagar. 

E, na maioria das vezes dá mais efeito uma proposta de pagamento a vista, pois, o risco de você não conseguir pagar um acordo parcelado é maior e credor levará isso em conta. Então, se você conseguir criar uma estratégia para juntar a grana e fazer uma oferta de pagamento a vista, melhor será a negociação.

E, se optar por uma proposta de pagamento parcelado, saiba o quanto as parcelas irão afetar o seu orçamento e não aceite parcelas que te coloque em risco de inadimplência novamente. Em outras palavras, não dê o passo maior do que a perna, trocando uma dívida por outra.

Finalmente, se você tem várias dívidas, priorize o pagamento e acordo daqueles que têm juros mais alto, pois assim você diminui a bola de neve.

Lembre-se, situações adversas que acontecem em nossas vidas, fazem parte da nossa trajetória e nos fortalecem muito após vencermos a situação. Mas, é preciso dar o primeiro passo.

7- A crise financeira do país te beneficia; os grandes credores estarão mais flexíveis (prazo, parcelamento, diminuição de Juros e multas, etc).

Se a situação da economia não estiver boa, saiba que isso é uma vantagem para você, pois, os credores (Bancos, Financeiras, Lojas, Comércio, etc.) sabem que cenários como esses, as pessoas, certamente, terão mais dificuldade de pagar suas dívidas.

Então, este pode ser mais um trunfo na hora de você negociar com eles. A tendência que eles estejam muito mais flexíveis. 

8- Seja mais racional do que emocional para não ceder às pressões do credor.

Infelizmente alguns credores ou empresas terceirizadas ainda são treinados para explorar a sua condição emocional, realizando pressões psicológicas que poderão implicar numa renegociação muito desfavorável para você. 

Não ceda às pressões e, como já destacado, nunca assuma na renegociação uma condição, valor de parcela ou quitação que você sabe que não conseguirá honrar. 

Assuma somente o valor que vai caber no seu orçamento mensal.

E caso a ameaça seja de negativar o seu nome (protesto ou lista do SCP e/ou Serasa), não se assuste tanto, afinal isso pode até ser um ponto a seu favor. 

O fato de você constar de uma lista de mau pagador somente será revelada caso você queira fazer uma compra parcelada, abrir uma nova conta bancária ou solicitar uma cartão de crédito ou aumento de limite em cheque especial. 

Falando de uma forma mais simples, o credor não poderá sair nas ruas gritando para todos ouvirem que você é “mau pagador” ou “caloteiro”.

Logo, se você já está com dívidas para pagar, a última coisa que você deveria querer é comprar fiado ou aumentar o cheque especial, afinal isso só fará a sua situação piorar. 

A negativação do nome, se encarada de forma positiva, pode ser o empurrão que você precisava para mudar de atitude. E, uma vez paga as dívidas, não voltar aos velhos hábitos de devedor. Use isso ao seu favor.

9- O tempo joga a seu favor. Quanto mais velha a dívida, maior a margem de renegociação.

Quanto mais velha a dívida, maior deve ser o seu desconto e flexibilidade, pois os credores corrigem a dívida com altos índices de juros, multas e tarifas, tornando-a, às vezes, incompreensível ou impagável.

Mais do que nunca, mantenha-se firme na negociação.

10- Crie uma reserva financeira.

Agora que você seguiu os passos acima e conseguiu se livrar das dívidas e sair do vermelho, acredito que você nunca mais vai querer voltar a ser um devedor, não é?

Para que isso seja possível, além de mudar de postura em relação aos seus hábitos financeiros e de consumo, será fundamental você criar uma reserva financeira ou como se diz no popular, fazer um “pé de meia”.

A forma mais simples criar a sua reserva é, dentro do seu planejamento financeiro, separar todo mês uma quantia determinada. O Ideal é ter o equivalente a pelo menos 3 meses de gastos. 

E, depois juntar a sua reserva financeira é importante você conseguir não mexer mais nela, a não ser que realmente surja um imprevisto, como, por exemplo, uma doença na família ou alguma obra inesperada. Caso isso aconteça, tendo esse valor de segurança você não vai precisar se socorrer do cheque especial ou de empréstimo, que poderiam te levar de volta às dívidas.

Se você quiser conhecer um pouco mais sobre esse tema, vale a leitura do meu outro artigo: Dinheiro traz felicidade? 5 dicas sobre dinheiro e felicidade.

Conclusão.

Com essas dicas certamente você conseguirá eliminar as suas dívidas e sair do vermelho. 

Não será fácil, mas, com persistência você vai conseguir.

E, lembre-se sempre que a “dívida” não é um problema e sim a consequência de algum outro problema.

E quando a saída for negociar é sempre importante dar uma “satisfação” e abrir uma linha de comunicação com o seu credor. Você deve, por sua iniciativa, contatar o credor, ainda que não tenha condições de pagar.

Essa coisa de ficar “fugindo” e “dando perdidos” no credor só piora as coisas.

Em resumo, é importante eliminar o endividamento, mas “resolver” o endividamento é curar o sintoma, e não a somente a doença.

Mude de atitude e deixe de ser um devedor. Mais do que isso, deixe de ter hábitos e condutas de devedor.

Não tenha dúvida, ser credor é muito melhor do que ter uma dívida!

Luiz Fernando Roxo

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